Gerenciando a Conformidade do Relatório de Teste de Fábrica (MTR): Uma Lista de Verificação para Evitar Atrasos na Expedição e Rejeição de Remessas de Aço Inoxidável
Gerenciando a Conformidade do Relatório de Teste de Fábrica (MTR): Uma Lista de Verificação para Evitar Atrasos na Expedição e Rejeição de Remessas de Aço Inoxidável
Para engenheiros, especialistas em compras e gestores de qualidade, o Relatório de Teste de Fábrica (MTR) ou Certificado de Fábrica é a certidão de nascimento do seu aço inoxidável. É o documento mais importante para verificar a qualidade do material, garantir a conformidade regulatória e evitar rejeições custosas. Um MTR não conforme pode paralisar remessas no porto, atrasar a fabricação e até levar à rejeição total do pedido, com devolução às suas expensas.
Este guia fornece uma checklist rigorosa para gerenciar a conformidade do MTR desde a colocação do pedido até o recebimento final, garantindo que seu material atenda às especificações e que seu projeto permaneça dentro do cronograma.
Por Que a Conformidade do MTR é Indiscutível
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Garantia de qualidade: Verifica se as propriedades químicas e mecânicas correspondem à especificação encomendada (por exemplo, ASTM A240 para 316L).
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Rastreamento: Relaciona o material ao seu número original de lote, o que é fundamental para análise de causa raiz em caso de falha.
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Conformidade Regulatória e de Segurança: Obrigatório para ASME, API, NORSOK, PED e outras normas de equipamentos sob pressão e de segurança crítica.
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Evita Rejeição Onerosa: Evita atrasos na inspeção de entrada, paralisações na fabricação e o alto custo de devolver materiais não conformes.
Checklist Completo de Conformidade de MTR
Use esta lista de verificação em cada fase do processo de aquisição.
Fase 1: Colocação do Pedido (Prevenção de Problemas na Fonte)
[] 1. Especifique a Norma e o Grau Exatos:
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Não escreva apenas "Aço Inoxidável 316". Seja preciso: "ASTM A240/A240M, Grau 316L, UNS S31603" .
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Especifique a forma do produto: Chapa/Placa, Condição 2B, Recozida e decapada .
[] 2. Definir o tipo de MTR necessário:
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Certificado de Conformidade (CoC): Uma declaração básica de conformidade. Não suficiente para aplicações críticas.
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Relatório de Teste de Fábrica (MTR): Inclui número de corrida, composição química e propriedades mecânicas.
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Tipo 3.1 / 3.2 Certificado de Inspeção: Validação por terceiros independentes segundo EN 10204 . Frequentemente exigido para projetos nucleares, aeroespaciais e offshore. Indique claramente este requisito, se necessário.
[] 3. Exigir Rastreabilidade Completa:
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Exigir o Número do Lote ou Número da Fusão seja marcado fisicamente em cada peça ou pacote. Isso permite correlacionar o material físico ao seu certificado.
[] 4. Indicar Requisitos Adicionais de Teste:
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Especifique quaisquer testes adicionais na Ordem de Compra (OC):
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Teste de Corrosão Intergranular (IGC): por exemplo, ASTM A262 Prática E (ensaio Strauss reto).
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Ensaio de Resistência à Piteira (PREN): Garantir que a composição química atenda PREN >40 para duplex, etc.
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Teste de dureza: Especificar valores máximos (por exemplo, HRC 22 para conformidade NACE MR0175).
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Ensaio de Impacto: Valores do ensaio Charpy V-Notch em temperaturas específicas.
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[] 5. Definir Formato da Documentação:
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Solicitação pDFs com assinatura digital ou acesso a uma plataforma web de verificação para evitar falsificação. Nunca aceite uma cópia digitalizada ou fotocópia de baixa qualidade.
Fase 2: Verificação Antes do Envio (Antes de Sair da Fábrica)
[] 6. Solicite e Revise os MTRs Preliminares:
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Peça ao fornecedor que forneça os MTRs antes envio. Isso permite que você identifique problemas enquanto o material ainda está em suas instalações.
[] 7. Analise a Composição Química:
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Verifique se todos os elementos estão dentro dos limites estabelecidos pelo padrão.
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Preste atenção especial aos elementos de liga principais:
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316/L: Mo ≥ 2,1%, Ni ≥ 10,0%
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304/L: Ni ≥ 8,0%
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Duplex 2205: Cr 22,0-23,0%, Mo 3,0-3,5%, N 0,14-0,20%
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Verificar elementos restritos (por exemplo, Cu, Co), se especificado.
[] 8. Verificar as Propriedades Mecânicas:
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Confirmar que a Resistência à Tração, Limite de Escoamento e Alongamento atendem aos valores mínimos especificados no padrão.
[] 9. Verificar a Consistência do Número do Lote:
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Garantir que o número do lote na MTR corresponda ao número do lote marcado no material (a partir das fotos/vídeos fornecidos pelo fornecedor).
Fase 3: Recebimento e Inspeção de Entrada (O Último Controle)
[] 10. Verificar Fisicamente a Identificação do Material:
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Ao chegar, verifique imediatamente se o número de lote do material corresponde ao número de lote indicado na MTR.
[] 11. Realizar Identificação Positiva do Material (PMI):
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Utilize um analisador de raios XRF portátil para realizar uma verificação aleatória em peças da remessa. Este é o melhor método para evitar trocas acidentais de materiais ou falsificações nas MTRs. Verifique a composição química comparando com a informação na MTR em segundos.
[] 12. Realizar Inspeção Visual e Dimensional:
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Verifique a qualidade superficial adequada (por exemplo, 2B, No. 4), planicidade e tolerâncias dimensionais conforme o padrão.
[] 13. Arquivar e Armazenar as MTRs:
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Armazene as MTRs digitalmente em uma base de dados pesquisável, vinculada ao número de lote, ordem de compra (PO) e projeto. Isso é fundamental para manutenções futuras, reivindicações de garantia e auditorias regulatórias.
Sinais de Alerta: Falhas Comuns de Conformidade nas MTRs
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Números de Lote Incompatíveis: O número no certificado não corresponde ao número no material.
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mTRs "Genéricos": Um certificado que lista apenas os requisitos mínimos da norma em vez dos real resultados do teste para esse lote específico.
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Composição Química Fora da Especificação: Comumente, o teor de Molibdênio em 316/L está abaixo de 2,1%.
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Documentos Ilegíveis ou Amadores: Formatação inadequada, erros de ortografia ou digitalizações de baixa qualidade podem indicar um documento falso.
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Informações Ausentes: Falta do número do lote, carimbo do inspetor ou declaração de certificação da fábrica.
O que Fazer se Você Rejeitar uma Remessa
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Documente tudo: Tire fotos e vídeos das etiquetas do material e de quaisquer problemas visíveis.
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Notificação Formal: Emita imediatamente um Relatório de Não Conformidade (NCR) ao fornecedor, citando a cláusula específica do padrão que foi violada.
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Pare a Fabricação: Coloque o material em quarentena para evitar que seja usado acidentalmente.
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Negocie uma Solução: Trabalhe com o fornecedor em uma ação corretiva – normalmente devolução completa e substituição às custas dele.
Conclusão: Os MTRs são Sua Primeira Linha de Defesa
Tratar a conformidade dos MTRs como uma formalidade burocrática é um erro custoso. Uma abordagem proativa e detalhista na gestão dos Relatórios de Teste de Fábrica é uma das estratégias mais eficazes para garantir a qualidade do projeto, evitar atrasos e controlar custos. Ao implementar esta lista de verificação, você transforma seu processo de aquisição de uma função passiva de emissão de pedidos em um guardião ativo da qualidade.
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